Quebrar Barreiras – Inovar o Acesso à Saúde Materna em África

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Introdução Este resumo político é o resumo da DIMA Health de uma apresentação do Professor Peter Waiswa, um dos principais especialistas em saúde materna e infantil na África, abordando os desafios críticos enfrentados pela saúde materna no continente.
O professor Waiswa identifica as principais barreiras, incluindo liderança deficiente, financiamento inadequado e sistemas de saúde fracos, que estão impedindo o progresso na melhoria dos resultados de saúde materna.
Com o rápido crescimento da população jovem e em rápido crescimento de África, espera-se que a procura de cuidados de saúde maternos aumente significativamente nos próximos anos.
Este resumo fornece uma visão geral do atual cenário de saúde materna, destaca os principais desafios e oferece recomendações estratégicas para melhorar os resultados da saúde materna em toda a África. Principais Destaques

  1. Rápido crescimento populacional: A população africana em rápido crescimento está a exercer uma enorme pressão sobre os hospitais e clínicas, dificultando a prestação de cuidados adequados às mulheres grávidas e puérperas.
  2. Progresso lento na redução da mortalidade materna: Na África Subsaariana, o declínio das mortes maternas durante a gravidez ou o parto não está ocorrendo com rapidez suficiente para atingir as metas globais.
  3. Aumento das mortes maternas em áreas urbanas: O aumento da mortalidade materna nas cidades indica a necessidade de melhorar os cuidados de emergência para mulheres grávidas em ambientes urbanos.
  4. Acções-chave necessárias:
    • Fortalecer todo o sistema de saúde.
    • Aproveitar as novas tecnologias para melhorar a prestação de cuidados.

Contexto geral A população africana está a expandir-se rapidamente e prevê-se que atinja os 2,5 mil milhões em 2050.
Uma parte significativa deste crescimento será entre os jovens, levando a mais gravidezes e a uma maior procura dos serviços de saúde.
Embora se tenham registado progressos na redução da mortalidade materna na África Subsariana, com uma redução de um terço entre 2000 e 2020, o declínio é insuficiente.
Para atingir as metas globais de um parto mais seguro até 2030, as taxas de mortalidade materna devem diminuir em quase 90%, o que representa um desafio formidável. Principais Questões

  1. Instalações de saúde sobrecarregadas: O número crescente de gravidezes devido à população em expansão da África está sobrecarregando hospitais e clínicas, levando ao aumento da demanda por serviços, incluindo cesarianas.
  2. Disparidades Regionais na Mortalidade Materna: As taxas de mortalidade materna variam significativamente em África.
    A África Ocidental tem as taxas mais altas, com aproximadamente 754 mortes por 100.000 nascimentos, enquanto a África Austral tem as mais baixas, com 157 mortes por 100.000 nascimentos.
    No geral, na África Subsaariana, uma mulher tem uma chance de 1 em 40 de morrer de complicações relacionadas à gravidez, em comparação com a média global de 1 em 210.
  3. Desafios de saúde em mudança: Embora as taxas de mortalidade infantil tenham diminuído, a mortalidade materna e neonatal permanece elevada devido a cuidados de emergência inadequados.
    As principais causas de morte materna são hemorragia, pressão arterial elevada e infeções após o parto, a maioria das quais é evitável com melhores cuidados de saúde.
  4. Mortalidade Materna Urbana: As mortes maternas nas zonas urbanas estão a aumentar.
    Por exemplo, Kampala, capital do Uganda, tem agora a maior taxa de mortalidade materna do país, destacando os desafios que os hospitais municipais enfrentam na prestação de cuidados de emergência adequados.

Implicações políticas Os dados sublinham os riscos persistentes para a saúde que as mulheres africanas enfrentam durante a gravidez e o parto, a menos que sejam feitas mudanças substanciais.
Estas questões ultrapassam o setor da saúde e envolvem fatores económicos, sociais e políticos.
Abordá-los requer uma abordagem multifacetada que vai além do tradicional “Modelo dos Três Atrasos” (atrasos na procura de cuidados, na obtenção de cuidados e na prestação de cuidados). Recomendações

  1. Fortalecer os sistemas de saúde: Melhorar a capacidade dos hospitais e clínicas para lidar com o número crescente de mulheres grávidas e puérperas, garantindo suprimentos adequados de medicamentos, equipamentos, pessoal treinado e gestão eficaz.
  2. Zonas Urbanas Alvo: Desenvolver estratégias específicas para as cidades onde a mortalidade materna está a aumentar.
    Tal inclui o reforço dos cuidados de emergência, a melhoria do acesso aos serviços de saúde e a resposta a desafios urbanos únicos.
  3. Adote a nova tecnologia: utilize ferramentas como inteligência artificial para melhorar a prestação e o monitoramento dos cuidados de saúde maternos.
    Essas tecnologias podem ajudar a analisar dados, apoiar programas de saúde comunitária e implementar métodos de tratamento comprovados.
  4. Adote estratégias comprovadas: Implemente abordagens bem-sucedidas de diferentes partes da África.
    Por exemplo, a iniciativa Saving Mothers, Giving Life reduziu significativamente as mortes maternas no Uganda e na Zâmbia através do reforço dos sistemas de saúde.
  5. Foco na Prevenção: Enfatizar a prevenção de problemas de saúde antes que eles surjam.
    Isso inclui promover o planejamento familiar, apoiar os direitos das mulheres, garantir a estabilidade financeira e promover o apoio da comunidade, todos os quais são fundamentais para melhorar a saúde materna.

Conclusão A saúde materna em África encontra-se numa conjuntura crítica.
Embora se tenham registado melhorias, subsistem desafios significativos.
Alcançar um progresso significativo requer mais do que apenas melhorar as instalações de saúde, é necessário abordar fatores mais amplos que afetam a saúde das mulheres, como educação, estabilidade econômica e igualdade de gênero.
Com as estratégias certas e investimento suficiente, África pode dar passos substanciais na saúde materna, alcançando, em última análise, as metas globais para um parto mais seguro.
O objetivo é garantir que todas as mulheres em África recebam os cuidados de que necessitam para se manterem saudáveis e terem bebés saudáveis.
Este é um desafio significativo, mas é alcançável se todos trabalharem em conjunto e se concentrarem no que realmente beneficia as mães.
Melhorar a saúde materna não se limita a melhorar os cuidados de saúde; trata-se de melhorar a qualidade de vida geral das mulheres. Referências

  1. Galal, S. (2024, 25 de março).
    Previsão da taxa de crescimento populacional em África de 2025 a 2050.
    Statista. https://www.statista.com/statistics/1224222/forecast-of-population-growth-in-africa/#statisticContainer
  2. Organização Mundial de Saúde.
    (2022).
    Tendências da mortalidade materna de 2000 a 2020.
    Obtido em https://www.who.int
  3. Onambele, L., et al.
    (2023).
    Tendências, Projeções e Disparidades Regionais da Mortalidade Materna em África (1990–2030): Uma Abordagem de Previsão ARIMA.
    Epidemiologia, 4(3), 322–351. https://doi.org/10.3390/epidemiologia4030032
  4. Conlon, C. M., et al.
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    Salvar Mães, Dar Vida: É preciso um sistema para salvar uma mãe.
    Ciência e Prática da Saúde Global, 7(suppl 1), S6-S26. https://doi.org/10.9745/GHSP-D-18-00427
  5. Birabwa, C., et alii (2024).
    Saúde materna nas cidades: análise da mortalidade materna institucional e dos estrangulamentos do sistema de saúde na cidade de Kampala, Uganda, 2016-2021.
    Jornal de Relatórios de Saúde Global, 8, e2024006. http://doi:10.29392/001c.116248
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