Promover o envolvimento masculino na gravidez e no parto: um caminho para melhores resultados de saúde

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Introdução: A gravidez e o parto são momentos cruciais na vida de uma mulher, e o envolvimento de um parceiro solidário pode afetar significativamente o bem-estar físico e emocional da mãe e do filho.
No entanto, em muitas sociedades, os homens têm sido tradicionalmente excluídos do processo, levando à perda de oportunidades para melhorar os resultados de saúde materna e neonatal.
Um estudo realizado no Hospital Mulago, Uganda, lançou luz sobre as experiências e perceções dos homens sobre o envolvimento masculino nos cuidados de saúde de suas parceiras durante a gravidez e o parto.
Os resultados revelam a necessidade de intervenções direcionadas para incentivar a participação e o envolvimento masculinos.
Este artigo explora as recomendações do estudo e destaca o papel crítico que as principais partes interessadas podem desempenhar na promoção do envolvimento masculino na gravidez e no parto. Compreender as Experiências e Perceções dos Homens: O estudo descobriu que os homens possuem descrições variadas de seus relacionamentos e responsabilidades em relação aos cuidados de saúde de suas parceiras durante a gravidez e o parto.
Enquanto alguns homens viam como sua obrigação prestar cuidados e apoio, outros consideravam isso seu privilégio.
No entanto, todos os participantes reconheceram a importância de estarem ativamente envolvidos na jornada de saúde de seus parceiros.
Os pais ideais estiveram presentes durante o parto, fornecendo apoio emocional e prático aos seus parceiros. Obstáculos ao envolvimento masculino: Apesar de reconhecerem a importância do envolvimento, os homens enfrentaram diversas barreiras que limitaram sua participação durante a gravidez e o parto.
O próprio sistema de saúde foi identificado como um grande obstáculo, com os homens se sentindo excluídos e alienados no ambiente hospitalar.
A falta de clareza sobre seus papéis e responsabilidades durante o parto agravou esse sentimento de exclusão. Recomendações para promover o envolvimento masculino:

  1. Aumentar a consciencialização: Para incentivar um maior envolvimento masculino, é necessário desenvolver campanhas de sensibilização para enfatizar a importância da participação dos pais na gravidez e no parto.
    Estas campanhas devem destacar os impactos positivos do envolvimento masculino nos resultados de saúde materna e neonatal.
  2. Educação pré-natal direcionada para homens: Os programas de educação pré-natal devem ser adaptados para abordar especificamente as preocupações e interesses dos homens.
    Fornecer informações sobre os benefícios do envolvimento ativo, o papel que podem desempenhar durante a gravidez e o parto e competências práticas, como o apoio à amamentação, pode promover um maior envolvimento.
  3. Atitudes dos prestadores de cuidados de saúde: Os prestadores de cuidados de saúde desempenham um papel vital na facilitação ou impedimento do envolvimento masculino.
    Devem ser implementados programas de formação para melhorar as competências de comunicação dos prestadores e promover cuidados sensíveis às questões de género.
    Os prestadores devem ser sensibilizados para a importância de incluir os pais e sensibilizados para o impacto que os seus comportamentos e atitudes podem ter no envolvimento masculino.
  4. Criação de ambientes hospitalares acolhedores: Os hospitais e as unidades de saúde devem esforçar-se por criar um ambiente acolhedor e solidário para os homens durante a gravidez e o parto.
    Isso pode envolver melhorias na infraestrutura, como áreas de espera confortáveis para os pais, sinalização clara e informações sobre seus papéis e direitos, e políticas que promovam e incentivem explicitamente o envolvimento masculino.

Principais intervenientes na promoção da participação masculina:

  1. Ministério da Saúde: O Ministério da Saúde desempenha um papel crucial na definição de políticas e diretrizes relacionadas à saúde materna e neonatal.
    Eles devem priorizar a promoção do envolvimento masculino e alocar recursos para apoiar campanhas de conscientização, educação pré-natal direcionada aos homens e treinamento de provedores.
  2. Prestadores de cuidados de saúde: Médicos, enfermeiros e parteiras estão na linha da frente e interagem diretamente com os casais durante a gravidez e o parto.
    Programas de treinamento de provedores devem ser desenvolvidos e implementados para equipá-los com os conhecimentos e habilidades necessários para cuidados sensíveis ao gênero e comunicação eficaz com mães e pais.
  3. Líderes comunitários: Os líderes a nível comunitário, incluindo líderes religiosos e tradicionais, podem influenciar as normas e crenças culturais em torno do envolvimento masculino na gravidez e no parto.
    O seu apoio e apoio à participação masculina pode ajudar a mudar as atitudes e práticas sociais.
  4. Organizações Não Governamentais (ONGs): ONGs com experiência em saúde reprodutiva e igualdade de gênero podem desempenhar um papel vital na implementação de intervenções para promover o envolvimento masculino.
    Eles podem fazer parcerias com estabelecimentos de saúde e líderes comunitários para projetar e implementar campanhas de conscientização, estabelecer programas de apoio e defender mudanças de políticas.

Conclusão: Promover o envolvimento masculino na gravidez e no parto é essencial para melhorar os resultados de saúde materna e neonatal.
Ao abordar as barreiras que os homens enfrentam e implementar intervenções direcionadas, podemos criar um sistema de saúde que não apenas reconheça a importância dos pais, mas os envolva e apoie ativamente.
As recomendações descritas no estudo fornecem um roteiro para as principais partes interessadas colaborarem e trabalharem para alcançar este objetivo.
Com o esforço coletivo do Ministério da Saúde, prestadores de cuidados de saúde, líderes comunitários e ONGs, podemos construir um sistema de saúde mais inclusivo e solidário que beneficie mulheres, homens e seus filhos. Baseado na seguinte publicaçãoEnvolvimento masculino durante a gravidez e o parto: Perceções, práticas e experiências dos homens durante o cuidado às mulheres que desenvolveram complicações no parto no Hospital Mulago, Uganda.
BMC Gravidez e Parto, Volume 14, No. 1, Ano 2014  

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